Não li muitos livros, não vi muitos filmes,
não ouvi muitas músicas em toda minha vida. Não foi por não gostar. O que é
baseado em fatos reais me atrai.
Escolhi cinco livros que me marcaram. Cada
um tem uma razão.
Treblinka é sobre o holocausto. As piores
imagens que tenho sobre os campos de concentração vieram desta história.
Conheci Auschwitz, na Polônia. Passei por baixa da famosa frase “O trabalho dignifica
o homem”. Durante sete horas pensei mais nos algozes do que nas vítimas. Todas
as vezes que ouço notícias sobre um homem que matou uma mulher, um político
corrupto, mortes no trânsito por causa do álcool, fico pensando no inferno que
quem faz estas maldades.
Paulo e Estevão foi escrito por Chico
Xavier. Estive na casa do autor. Eu queria entender como ele pode escrever mais
de 400 obras. Depois que li este livro, a cada página bem escrita, me impressionei
mais com o brilhantismo da mente dele. Como duvidar de que ele tinha ao lado
Emanuel? Como? Mas, como acreditar neste mundo espiritual? Passei a admirar
Paulo de Tarso, estive na prisão em que ele foi preso em Roma (eu mesma custo a
acreditar) e ouço todos os dias a carta que ele escreveu aos Coríntios sobre o
amor. É linda demais e a sinto como uma oração.
O Abusado, escrito por Caco Barcelos, representa
o poder da palavra. Eu queria conhecer uma favela do Rio de Janeiro. Estava passeando
sozinha pela cidade maravilhosa e já tinha desistido quando recebi o jornal Voz
da Favela. Inesperadamente fui convidada para a festa de aniversário de André
Fernandes, uma das pessoas que mais conhece favelas no Brasil. E, a editora
estava diante de mim, dizendo: Qual favela você quer conhecer? Escolhe!
Eu nunca quis ouvir falar sobre
Constelações Familiares. Quando os entrevistados iam falar sobre isso na Som
Maior, eu trocava a sintonia. Não tenho conflitos com minha família, achava
melhor não mexer no passado. Afinal, as feridas pareciam fechadas. Ainda não
sei qual o impacto disso, mas senti empatia por Bert Hellinger. Muita empatia!
A Casa do Céu é a história da jornalista
Amanda Lindhout que foi sequestrada na Somália. Dois momentos marcantes do
livro tratam de perdão, compreensão e gratidão. Estou estudando sobre Ho’oponopono
(não tenho muita paciência, mas quando sinto que devo fazer algo, faço): “Sinto
muito. Me perdoe. Muito obrigado. Eu te amo!”. Num certo dia, no cativeiro, Amanda
agradece porque ao receber a comida não jogaram nela e porque o seu homem que
mais abusava dela sexualmente, a cumprimentou. Como assim? E, num outro dia, depois
de ter sido muito machucada, ela sentiu que se descola do próprio corpo e do
alto ela via três pessoas sofrendo: ela própria deitada no colchão e dois dos
sequestradores. Minha mente se abriu para o que somos nesta vida...
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