sábado, 4 de julho de 2020

Cinco livros





 Tenho resistido em escrever justamente no momento em que uma frase dita me alerta sempre: “Não resista, Ana!” É o popular: “Aceita que dói menos!” Dizem que sou resiliente, agora estou descobrindo como ser assim com um pouquinho mais de consciência.
Não li muitos livros, não vi muitos filmes, não ouvi muitas músicas em toda minha vida. Não foi por não gostar. O que é baseado em fatos reais me atrai.
Escolhi cinco livros que me marcaram. Cada um tem uma razão.
Treblinka é sobre o holocausto. As piores imagens que tenho sobre os campos de concentração vieram desta história. Conheci Auschwitz, na Polônia. Passei por baixa da famosa frase “O trabalho dignifica o homem”. Durante sete horas pensei mais nos algozes do que nas vítimas. Todas as vezes que ouço notícias sobre um homem que matou uma mulher, um político corrupto, mortes no trânsito por causa do álcool, fico pensando no inferno que quem faz estas maldades.
Paulo e Estevão foi escrito por Chico Xavier. Estive na casa do autor. Eu queria entender como ele pode escrever mais de 400 obras. Depois que li este livro, a cada página bem escrita, me impressionei mais com o brilhantismo da mente dele. Como duvidar de que ele tinha ao lado Emanuel? Como? Mas, como acreditar neste mundo espiritual? Passei a admirar Paulo de Tarso, estive na prisão em que ele foi preso em Roma (eu mesma custo a acreditar) e ouço todos os dias a carta que ele escreveu aos Coríntios sobre o amor. É linda demais e a sinto como uma oração.
O Abusado, escrito por Caco Barcelos, representa o poder da palavra. Eu queria conhecer uma favela do Rio de Janeiro. Estava passeando sozinha pela cidade maravilhosa e já tinha desistido quando recebi o jornal Voz da Favela. Inesperadamente fui convidada para a festa de aniversário de André Fernandes, uma das pessoas que mais conhece favelas no Brasil. E, a editora estava diante de mim, dizendo: Qual favela você quer conhecer? Escolhe!
Eu nunca quis ouvir falar sobre Constelações Familiares. Quando os entrevistados iam falar sobre isso na Som Maior, eu trocava a sintonia. Não tenho conflitos com minha família, achava melhor não mexer no passado. Afinal, as feridas pareciam fechadas. Ainda não sei qual o impacto disso, mas senti empatia por Bert Hellinger. Muita empatia!
A Casa do Céu é a história da jornalista Amanda Lindhout que foi sequestrada na Somália. Dois momentos marcantes do livro tratam de perdão, compreensão e gratidão. Estou estudando sobre Ho’oponopono (não tenho muita paciência, mas quando sinto que devo fazer algo, faço): “Sinto muito. Me perdoe. Muito obrigado. Eu te amo!”. Num certo dia, no cativeiro, Amanda agradece porque ao receber a comida não jogaram nela e porque o seu homem que mais abusava dela sexualmente, a cumprimentou. Como assim? E, num outro dia, depois de ter sido muito machucada, ela sentiu que se descola do próprio corpo e do alto ela via três pessoas sofrendo: ela própria deitada no colchão e dois dos sequestradores. Minha mente se abriu para o que somos nesta vida...

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